terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

«A Severa» e «Sangue Toureiro», dois marcos na história do cinema português

Quem se debruçar sobre a história do cinema português não deixará de constatar dois dados curiosos: o primeiro filme sonoro e a primeira longa metragem a cores produzida em Portugal têm cunho taurino. Falamos de «A Severa» (1931) e «Sangue Toureiro» (1958). Realizado por Leitão de Barros, a partir da obra homónima de Júlio Dantas, «A Severa» foi o primeiro «fonofilme» português. A película inspira-se nos amores da famosa fadista Maria Severa Onofriana com o conde de Vimioso, D. Francisco de Paula Portugal e Castro, que foi cavaleiro tauromáquico de renome. Para não ferir susceptibilidades, Júlio Dantas alterou a identidade do apaixonado da fadista cigana, que passou de Vimioso para Marialva. O papel de Severa é representado por Dina Teresa e o de D. João, conde de Marialva, pelo cavaleiro António Luís Lopes.
Por sua vez, «Sangue Toureiro» levou às salas de cinema portuguesas a novidade da cor. O matador de toiros Diamantino Vizeu encarna a personagem de Eduardo, filho de um rico lavrador ribatejano. Por se recusar a ser cavaleiro tauromáquico, Eduardo parte para Lisboa, na companhia da fadista Maria da Graça (Amália Rodrigues). O paralelo entre a trama do argumento, assinado por Patrício Álvares, pai do cronista e antigo forcado Chaubet, e o ambiente taurino português desse tempo, caracterizado pela supremacia do toureio a pé, são evidentes. «Sangue Toureiro» foi realizado por Henrique Fraga e estreou no cinema Condes, em 7 de Março de 1958.

Um comentário:

Enrique Martín disse...

No conocía ninguna de las dos películas, pero si en una de ellas aparece Amalia Rodrigues, ya es garantái de que merece ser vista. Yo recomendaría Currito de la Cruz, en la versión muda, y también en la versión protagonizada por Pepín Martín Vázquez. Me parece muy oportuna esta unión toros y cine.
Un saludo