A praça do Campo Pequeno foi inaugurada em 18 de Agosto de 1892, com um cartel formado pelos cavaleiros Alfredo Tinoco e Fernando de Oliveira e pelos bandarilheiros Vicente Roberto, Roberto da Fonseca, José Joaquim Peixinho, João do Rio Sancho e outros. Foi lidado um curro de Emílio Infante da Câmara. A necessidade da construção dum novo tauródromo em Lisboa foi sentida após a demolição da praça do Campo de Santana, em 1889, não apenas pelos aficionados, mas também pelos bandarilheiros que viviam do seu ofício. Com José Joaquim Peixinho à cabeça, os bandarilheiros mobilizam-se. Dirigem-se à entidade que tinha o exclusivo da organização de espectáculos tauromáquicos em Lisboa, a Casa Pia, e conseguem que esta abra um concurso para a construção de uma nova praça, que foi ganho pela Empresa Tauromáquica Lisbonense. Com base num projecto do arquitecto António Dias da Silva, foi erguido um edifício de estilo neo-árabe, inspirado na antiga praça madrilena da Carretera de Aragón.
Os trabalhos, a cargo do engenheiro E. Boussard, iniciaram-se em 16 de Agosto de 1891 e duraram dois anos. O imóvel custou 161.200 réis, ocupava uma área de 5840 metros quadrados e possuía uma arena de 80 metros de diâmetro. Ao que parece, o reduzido diâmetro do redondel «não se subordinou às necessidades efectivas do espectáculo, mas sim ao máximo possível para um popular toureiro, que, sofrendo do coração, não podia sujeitar-se a longas correrias.» (Jaime Duarte de Almeida, «História da Tauromaquia», I volume). Ao longo de 108 anos, a praça do Campo Pequeno foi a primeira do país e a única praça portuguesa de temporada. Por ela passaram os maiores nomes do toureio a pé e a cavalo, da Península Ibérica e América Latina.
Em 2000, o imóvel foi encerrado, devido a graves deficiências de conservação. Manteve-se assim até 2006, ano em que foi reinaugurado, depois de grandes obras realizadas pela Sociedade de Recuperação Urbana Campo Pequeno (SRUCP). O aspecto exterior da praça, com destaque para as suas típicas fachadas de tijolo, foi mantido. No interior, o recinto foi inteiramente renovado, nomeadamente com a instalação de uma cobertura amovível, que permite a realização de espectáculos durante todo o ano. Este esforço de reabilitação foi reconhecido dentro e fora do país. Em Portugal, o Campo Pequeno foi premiado com o Óscar ao Melhor Empreendimento do Ano, atribuído pela revista «Imobiliária». Por sua vez, a revista espanhola «6 Toros 6» concedeu à SRUCP o prémio à melhor instituição tauromáquica de 2006.
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