quinta-feira, 30 de abril de 2009

Em defesa da Festa (II)

A questão do relacionamento entre o homem e os animais e a atribuição de direitos a estes últimos é um tema recorrente do pensamento contemporâneo. Pela atribuição de direitos batem-se os chamados movimentos animalistas, para os quais as corridas de touros são condenáveis por inflingirem sofrimento aos animais. Apesar dos ataques à Festa Brava não serem novos – houve muitos ao longo da história, ditados por motivos políticos, religiosos e outros– as alegações baseadas nos direitos dos animais são relativamente recentes.
Em Portugal, as hostes animalistas foram reforçadas nos últimos anos com o aparecimento de novos movimentos, mais aguerridos do que a Sociedade Protectora dos Animais, durante muito tempo a única protagonista da luta contra as corridas. Os membros dos novos movimentos são fundamentalmente jovens de origem urbana, com formação universitária.
Até hoje, a mais mediática acção dos animalistas portugueses foi a contestação aos touros de morte em Barrancos. A questão arrastou-se durante anos, até que, por fim, foi solucionada com a legalização dos festejos taurinos característicos daquela vila raiana. Os anti-taurinos são derrotados, mas o relevo que a imprensa dá à questão confere-lhes grande visibilidade. Nos últimos tempos, a sua acção têm-se traduzido fundamentalmente em manifestações à porta de praças de touros e em actos de pressão sobre empresas que apoiam corridas e autarquias a quem cabe licenciar espectáculos taurinos. A sua maior vitória terá sido a recente compra da praça de Viana do Castelo pela autarquia e a declaração da cidade minhota como «anti-touradas». Segundo o presidente da Câmara, Defensor Moura, a realização de corridas contrariava o conceito de «cidade saudável» que Viana aspira a ser. (Continua)

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