quarta-feira, 6 de maio de 2009

Touradas e outros divertimentos

Está na moda dizer que o público "se diverte"
quando uma corrida é boa. Que me lembre, o termo
"divertimento" começou a ser aplicado ao espectáculo taurino em Espanha, por alguns matadores mais gaiteiros, estilo Jesulín de Ubrique ou El Cordobés, filho. Ao presenciarem o salto de la rana e outras finezas, os espectadores não podiam deixar de se rir, e, consequentemente, de se divertir... A moda atravessou a fronteira, e desde aí é vulgar ouvir os nossos artistas concluirem, no fim de um espectáculo animado, que estiveram bem, porque o público se divertiu. Também o site de um empresário elogiado por brilhantes cabeças da(s) nossa(s) praça(s) como modelo do moderno empresariado taurino, nos convida: "Disfrute e divirta-se".
Antigamente, quem se queria divertir ia ao circo ou ao teatro, rir com uma boa comédia. Agora vai-se aos touros. Ao som do pasodoble, batem-se palminhas. Pouco importa que o cavaleiro crave os ferros a cilhas passadas ou que a montada sofra toques: tudo se aplaude, tudo é motivo de "diversão". Não dá mesmo vontade de rir?

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