quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um 2010 melhor

(Imagem: Constância Nery)

sábado, 26 de dezembro de 2009

A Festa: ecologia, paixão e morte

Chamar «tortura» ao toureio é «um insulto a todos os torturados da terra», escreve no diário «La Razón», de Valência, o filósofo francês Francis Wolff. (Imagem: Locky)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Por que é a festa de touros património imaterial da humanidade?

François Zumbiehl, director de Comunicação e Cultura da União Latina, uma associação internacional sedeada em França, aficionado e investigador de temas taurinos responde.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Uma reflexão

O Inverno traz consigo uma pausa que incita à reflexão. É tempo de estatísticas, de balanços e análises variadas. Há quem se fique pelas reflexões pela rama; outros vão ao cerne das questões e as conclusões a que chegam são sempre dolorosas.
Uma vez mais, dou por mim a pensar sobre o toureio em Portugal. Não cuido de saber se o toureio a cavalo à portuguesa perde terreno perante o rejoneo, nem qual o futuro do toureio a pé no nosso país, nem as últimas manobras dos anti-taurinos. Tento ir mais fundo, avançar para questões mais subterrâneas, às quais a grande maioria dos aficionados parece ser estranha.
Penso, por exemplo, nos toiros que se lidam em Portugal, e não posso deixar de me perguntar: que outro país do mundo em que a corrida está implantada, nega aos seus espectadores o direito de ver sair à praça toiros íntegros? Isto é, toiros como vêm do campo, sem estarem embolados ou com as pontas dos cornos serradas. Se o toiro é o centro do espectáculo – por isso se fala em touradas -, como admitir, sem uma profunda vergonha, a fraude que constitui a diminuição das suas defesas?
Como sustentar que o doping no desporto é uma vigarice e tolerar o serrote ou as embolas nos toiros?
Dizem-me que esta e outras particularidades são o resultado da existência de uma corrida de toiros «à portuguesa», com cavaleiros e forcados, diferente da outra corrida, dita «à espanhola». Contentar-me-ia com a explicação, se a lide «à espanhola» praticada nas nossas praças tivesse a verdade que o toureio implica. Mas o certo é que não tem, pela falta da corrida integral, com reses sem hastes manipuladas, com a sorte de varas e a morte do toiro na arena.
Em resumo: temos um «arranjo» do toureio e das suas normas à medida de cavaleiros e forcados, de que resultou a corrida «à portuguesa», e um toureio a pé dito «à espanhola», mas que foi, na prática, inventado pelos políticos e burocratas que proibiram a corrida integral entre nós. Com a complacência, claro está, dos pseudo-aficionados, pseudo-toureiros e de muitos outros ‘pseudos’ que por cá abundam.
Tudo espremido, o que resulta é a angustiante sensação de se estar à beira de um lago de mentiras, de que tantos, de tão embrenhados nele, não se apercebem ou não se querem aperceber. (Imagem: Cássio Mello)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

José Casimiro Júnior


Un brindis a caballo, la más bella
flor de la portuguesa cortesía.
Cundo el toro arrancó, ya conocía
su obligación de conjugar su estrella
con el signo violento del jinete.

No supo de esto el rey Alfonso el Sabio?
A rematar la elíptica en un brete
no bastarán armellas y astrolabio?

Cometa vertical, el hierro agudo
en lo alto del morrillo hincó su agravio.
Torció el blanco caballo grupa y cola
y, al galopar arábigo y sonoro,
estalló al aire alegre banderola.

Gerardo Diego («La Suerte o la Muerte»)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Recordando Nicanor Villalta



O diestro Nicanor Villalta foi um expoentes da chamada Idade de Prata do toureio, que se estendeu desde a morte de Joselito, em 1920, até à Guerra Civil espanhola. Nascido em Cretas (Teruel) em 1897, Villalta não podia ser um dos toureiros estilistas (hoje chamar-lhes-íamos artistas) que abundaram naquela época. A sua elevada estatura impedia-o de emular com um António Márquez, um Gitanillo de Triana ou um Victoriano de la Sena. Contudo, o seu toureio de muleta tinha«bizarria e valor», no dizer de Cossío, e as suas estocadas eram impressionantes pela segurança e valentia.
Villalta, que se retirou do toureio em 1935, foi um dos protagonistas do documentário «Juguetes Rotos», realizado por Manolo Summers, em 1966. A preto e branco, o documentário vai ao encontro de antigas glórias do toureio, do futebol e do boxe, captando-lhes o que lhes resta da grandeza passada. São agora brinquedos quebrados (juguetes rotos), a viver em asilos ou em moradias tão velhas como eles.
Frente às câmaras, Nicanor Villalta vestiu-se de luces pela última vez, e lidou, aos 68 anos, um novilho, numa Monumental de Madrid deserta. Com que majestade o velho matador atravessa a arena de Las Ventas, palco de tantos dos seus triunfos... E com que toreria enfrenta o novilho, que no fim da inédita faena o colhe aparatosamente... Nicanor Villalta, exemplo de bravura e honradez profissional, morreu em Madrid, em 1980.