Há um momento na corrida
em que o espectador também lida.
Quem nos palcos, quem nos tendidos,
quem no sol, quem na sombra rica,
esquece quem, de ouro ou de prata,
ali está a fazer sua faina.
Surge o touro de cabeça alta,
seu desafio é a toda a praça.
Corre em volta, querendo ver
quem com ele vai-se entender;
se essa alta cabeça que leva
há alguém que a baixar se atreva.
Depois, se campa, o olhar derrama,
olhar de carvão, brasa, drama,
chama que dá um calafrio
mesmo em quem mais longe do risco.
João Cabral de Melo Neto («Sevilha Andando»)
em que o espectador também lida.
Quem nos palcos, quem nos tendidos,
quem no sol, quem na sombra rica,
esquece quem, de ouro ou de prata,
ali está a fazer sua faina.
Surge o touro de cabeça alta,
seu desafio é a toda a praça.
Corre em volta, querendo ver
quem com ele vai-se entender;
se essa alta cabeça que leva
há alguém que a baixar se atreva.
Depois, se campa, o olhar derrama,
olhar de carvão, brasa, drama,
chama que dá um calafrio
mesmo em quem mais longe do risco.
João Cabral de Melo Neto («Sevilha Andando»)
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