extremos para incluir no elenco das suas corridas o valioso toureiro ribatejano. (...) Houvera discussão acesa em duas reuniões da União de Matadores e Novilheiro Mexicanos; analisaram o assunto as comissões de Honor y Justicia de Hacienda; os advogados das empresas deram também o seu parecer; enfim, por pouco que não foi convocada a assembleia geral da ONU para deliberar sobre o caso do toureiro português que acabou por ser considerado artista contratado da El Toreo. O sr. Vallés, da Monumental, derrotado na disputa, movimentou a seu favor alguns orgãos da imprensa que atacaram desabridamente Manuel dos Santos, e outros colocaram-se a favor deste, resultando de toda esta agitação um fantástico reclame ao nosso compatriota». Porém, as coisas compuseram-se e o diferendo terminou com um almoço em que estiveram presentes Vallés, Manuel dos Santos e o seu mentor Patrício Cecílio. «Interessante tudo isto na verdade», conclui Pepe Luís. «Agora só falta um telegrama anunciando o casamento relâmpago de Manuel com a filha de algum abastado proprietário de Ganajuato, Zacatecas ou Tlaxcala».
Nesse início de 1948, Manuel dos Santos encontrava-se numa situação curiosa. Tinha recebido a alternativa em 14 de Dezembro de 1947, no México, das mãos de Armillita Chico. Contudo, nesse mesmo dia sofreu uma violenta cornada, infligida pelo touro da alternativa, Vanidoso, da ganadaria de Pastejé, que o pôs às portas da morte. Como a gravidade da colhida o impediu de estoquear Vanidoso, Manuel dos Santos renunciou ao doutoramento mexicano, e voltou a actuar como novilheiro. O valoroso artista goleganense viria a tornar-se matador a 15 de Agosto de 1948, na Maestranza de Sevilha, apadrinhado por Chicuelo.
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