segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Farto de tanta «dinastia»...
Uma onda de pirismo, de pretensiosismo saloio e aristocratismo de pechisbeque está a varrer a Festa em Portugal. Refiro-me à moda das «dinastias». Durante algum tempo, só se falou em cavaleiros de «dinastia»: os Telles, o Lupi, os Moura. Agora, o fenómeno chegou aos forcados, com o anúncio de uma tourada em Évora, em que são anunciados forcados de «dinastia». Serão mais que os outros? Teremos qualquer dia a Festa reduzida a um espectáculo de castas, de clãs, de «dinastias»? Perante tanta vénia e pergaminho duvidoso, apetece contar uma «estória» de Mestre Baptista. Toureava certo dia o cavaleiro de S. Marcos do Campo com Manuel Conde e Zoio, que nos seus primeiros tempos se fazia anunciar nos cartazes como D. José João Zoio. Chegado à praça, Baptista juntou-se aos colegas no pátio dos cavaleiros e, com o seu sorriso mais plebeu, disparou: «Há lugar para mais um fidalgo?»
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